LUXO, ADULTÉRIO, SOFISTICAÇÃO E VIOLÊNCIA NA ERA DO JAZZ
Geração orgulha-se de apresentar um dos melhores romances — talvez o melhor — da literatura dos Estados Unidos, e a obra-prima de F. Scott Fitzgerald. O grande Gatsby é uma crítica mordaz ao chamado “Sonho Americano”, em que a sociedade estadunidense viveu uma prosperidade sem precedentes na década de 1920, após a I Guerra Mundial.
Numa trama densa, repleta de intrigas, paixões e conflitos, acompanhamos o misterioso Jay Gatsby, milionário que fez fortuna traficando bebidas em plena Lei Seca e que, ansioso por ascensão social, dá festas espetaculares para 2 mil pessoas que não conhece e nem elas a ele, na sua mansão em Nova York. Jay inicia um romance com Daisy, esposa de seu amigo Tom, que por sua vez tem um caso com a também casada Myrtle, encaminhando a narrativa — contada de forma muito colorida e cheia de vivacidade por Nick Carraway, vizinho de Gatsby — para um desenlace trágico.
Brilhante recriação da alta sociedade norte -americana na Era do Jazz, O grande Gatsby remove camada por camada desse mundo glamoroso e revela a insensibilidade e crueldade do seu âmago. Como diz Ruy Castro na apresentação que preparou especialmente para esta edição, Gatsby é o alter ego do próprio F. Scott Fitzgerald, que embora idolatrasse os ricos e o glamour da época, enxergava a sua decadência e não se conformava com o materialismo sem limites nem com a falta de moral desse delírio hedonista, que teve fim na Crise de 1929, quando sobreveio a Grande Depressão, o período mais negro da história dos Estados Unidos.