Pandolfo Pereba era o excêntrico e exigente príncipe da Bestolândia, jovem herdeiro de uma família repleta de manias. Ora, a mania pessoal desse príncipe não era lá muito agradável: desde pequeno, Pandolfo não conseguia deixar de procurar todo o tipo de defeitos nos outros. A coisa funcionava assim: primeiro, os senões de determinado sujeito eram cuidadosamente enumerados em uma lista; em seguida, analisados e, por fim, o príncipe concedia uma nota final, irrevogável. Acontece que, certo dia, entediado em seu castelo imenso, vazio e solitário, o rei Pereba decidiu que talvez fosse útil ter amigos, um único, ao menos.
Espalhada a notícia, os súditos do reino fizeram fila na frente do palácio, em busca da honra de ser admitidos como amigos do príncipe. Acontece que, como era de se esperar, um era ignorante demais, outro imperdoavelmente malvestido, outro rude e bronco, outro nem disfarçava o bigode ruim, de modo que todos os candidatos foram sumariamente reprovados. Diante do fracasso estrondoso dessa primeira iniciativa, o príncipe convenceu-se de que talvez o único remédio para sua solidão seria encontrar uma namorada. Acontece que essa tarefa não seria nada fácil...