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A enunciação imagética a partir de tecnologias de inteligência artificial é o tema da presente pesquisa que reflete sobre a compreensão da produção de sentido na comunicação midiática no cenário contemporâneo. Fundamentada nas contribuições do aporte teórico-metodológico da semiótica discursiva de linha francesa, notadamente as questões relativas à enunciação e ao nível discursivo do percurso gerativo da significação, o trabalho parte das matrizes conceituais elaboradas por Benveniste (1989), Greimas (1974) e Greimas e Courtés (2016). Compreendida como instância que permite fazer-ser o sentido e como procedimento de manifestação por meio da seleção paradigmática e combinação sintagmática, a enunciação entendida como termo complexo que implica na projeção de enunciador e enunciatário, é, nesta pesquisa, a instância onde são identificados os papeis dos atores da enunciação. As análises do website This Person Does Not Exist e de três vídeos de deep fake do produtor brasileiro Bruno Sartori, partiram da hipótese norteadora de que a inteligência artificial insere novos desafios para pensar a enunciação em textos realizados por tecnologias autônomas como o papel das máquinas enquanto ator da enunciação, bem como os procedimentos de figurativização das imagens geradas pelos algoritmos e a mobilização da categoria da veridicção nos contratos enunciativos. Como resultado das análises, observamos que na enunciação a partir de tecnologias de IA, o enunciador se projeta em dois atores distintos: o ator-humano e o ator-maquínico. O primeiro, produz o efeito de sentido de organização de um big data que é utilizado pelo algoritmo para produzir imagens sintéticas. O ator-maquínico, por sua vez, é interpretado como o responsável pela decodificação e codificação do corpus imagético. Assim, sendo os papeis dos atores da enunciação distintos, em This Person Does Not Exist verifica-se um maior grau de autonomia do algoritmo inteligente se comparado com a produção de deep fakes, em que a inteligência artificial assume uma característica mais ferramental e adjuvante do ator-humano. Verificou-se, por fim, que a produção sintética nesses objetos potencializa a lógica da manipulabilidade técnica da imagem, na qual a metamorfose decorre da morfogênese simulada do mundo natural que se constitui a partir da relação de modelos figurais que estruturam o processo de figurativização discursiva. Marca: UNESP SD