A origem trágica da lei apresenta uma instigante abordagem sobre o surgimento do Direito enquanto tecnologia cultural. O autor, a partir da poesia e sua renovação instrumental da linguagem na era clássica, tornando a literatura autônoma em relação à religião e, em seguida, apresentando o teatro emergente como estilização discursiva, comenta detalhadamente a trilogia Oréstia, de Ésquilo, enquanto conjunto teatral trágico exemplar. Com isso, procura demonstrar como, pautadas pela tragédia, as transformações cívicas e políticas deram origem ao Direito como nova forma de poesia pública.