O passado chegou sem ser chamado. Aviões, barcos, despedidas, línguas e culturas diferentes. Tudo junto, misturado, irrompendo no silêncio da casa no meio da natureza onde nos refugiamos durante a pandemia. A memória pulava de uma lembrança à outra. Viagens desejadas de jovens que queriam abraçar o mundo. Viagens impostas ter que sair correndo o quanto antes, enquanto ainda era possível. O passado irrompia no presente como queria. Vou criar o que me aconteceu, disse Clarice Lispector. Assim Graciela Quintana começou a escrever. O presente ressignificando o passado. O mais importante era criar. Viver. Sobreviver. A verdade do presente era mais forte que a verdade do passado. Acender dia a dia a chama da vitalidade com o que ali havia. Plantas, animais, água, palavras. A próxima frase era a semente que iria crescer como tudo ali crescia. A vida com suas luzes e sombras. Marca: Livros Ilimitados, Another