Que mulher valente é Maria Beatriz Guedes Amaral, a autora deste livro. Dois meses apenas depois de viver a dor mais cruel que uma mãe pode suportar, ela se armou de coragem e se sentou frente à tela do computador do filho para pesquisar, resgatar e organizar textos deixados por ele e, seguindo desejo expresso poucos dias antes de sua morte, entregou-os prontos para publicação à editora: assim nasceu, em 2021, Cristóvão, biógrafo de si mesmo, de Pedro Guedes Amaral: “Foi como se eu obedecesse à sua voz e dele recebesse a missão de levar a termo o sonho que não teve tempo de realizar”, explicou. Compromisso cumprido, a mesma força espantosa a levou a se debruçar sobre sua vida e pensar sobre si mesma e sua relação com esse filho. Queria rememorar cada momento, gesto e palavra partilhados e por ela testemunhados nos últimos três anos de vida de Pedro, jornada sombria, marcada pela piora de seu sofrimento, de sua doença e solidão, na qual ela alternou fé e desespero. Cavou fundo em si e recolheu-se outra vez, agora para escrever seu próprio texto (em meio à imersão na angústia, ela descobriu o poder libertador da escrita) e narrar a luta do filho contra a depressão e desvalia e registrar obsessivamente seuprocesso materno de perda e luto. Venha caminhar com ela, abra e leia estas páginas. Falam de dor, mas também de esperança , luz mais forte que todas as trevas, que nos impele a acreditar e a investir no amanhã e na vida. Mesmo se aos tropeços, é preciso recomeçar. Todos os dias, recomeçar.
Ean: 9786589572374