A obra, dividida em duas partes, traz, na primeira, contos curtos e de forte apelo existencial distribuídos nos momentos do dia e, neste ínterim, cabe toda a vida. Um apelo sinestésico coloca quem lê na primeira fileira dos acontecimentos, sofrendo junto, morrendo e vivendo, amando e sendo abandonado, vivos ou deixados mortos. Já a segunda parte trata do campo e do trabalho, não aquele que dignifica o homem, mas o que o aniquila. O conto, fará quem lê acompanhar a degradação do ser humano que trabalha, ama e se perde. Fortemente engajada, há o resgate da tradição social de nomes como Graciliano Ramos e João Cabral de Melo Neto. Se, na primeira parte, predomina o urbano, na segunda, o ambiente rural se desenha e descortina a bruta realidade.