Arquitetura neocolonial debates historiográficos no Brasil (1970-2020)

Traçar linhas é uma expressão que, historicamente, está associada à tarefa profissional do campo da Arquitetura e do Urbanismo. Traçar linhas é, claramente, idealizar espaços, mas, desde que o Sistema de Pós-Graduação no Brasil se organizou, nos anos 1970, o verbo traçar também se tornou tarefa importante para a apresentação de explicações de como o campo da Arquitetura e do Urbanismo se estruturou. Este livro, escrito com grande desenvoltura pelo arquiteto e urbanista João Paulo Campos Peixoto analisa, com rigor científico e talento invejável de pesquisador, o quadro historiográfico sobre a produção da Arquitetura Neocolonial no Brasil. Ajudando a mostrar como as universidades brasileiras, por meio de seus corpos de pesquisadores(as), reuniu, debateu, criou narrativas e ajudou a validar a manifestação espacial daquilo que convencionamos chamar de Neocolonial, João Paulo Campos Peixoto apresenta um panorama muito bem-vindo de como a historiografia nacional se debruçou sobre atores sociais, manifestações artísticas e, ainda, sobre movimentos regionais de temas para a produção do espaço edificado nas pesquisas que vêm sendo realizadas. Enfrentando o grande desafio de reunir, sistematizar, ler e analisar a produção brasileira sobre o neocolonial, entre os anos de 1970 e o ano de 2020, João Paulo Campos Peixoto mostra, nesta obra, como o tema foi tratado, ora se apresentando como rival do Movimento Moderno, ora como parte da construção da Modernidade. Este livro, que oportunamente chega às nossas mãos é referencial não apenas pelos méritos que eu sumarizo aqui, mas, em especial, porque ele mostra que é muito importante começarmos a publicar análises temáticas da produção historiográfica atinente à nossa arquitetura e ao nosso urbanismo. Conhecer como estruturamos nossas pesquisas é uma dimensão inescapável para a compreensão dos fundamentos sociais da carreira que produz, por meio de suas linhas, também reflexões que podem mudar, se não o mundo, a maneira como lemos o m