Em Autonomia Frustrada O Cade E O Poder Econômico, O Pesquisador Carlos Augusto Bello Faz Uma Ampla Investigação E Análise Da Trajetória E Do Papel Do Conselho Administrativo De Defesa Econômica (Cade), Órgão Criado Em 1994 Para Coordenar As Ações Antitruste No Brasil. Com Um Texto Claro, Mescla Erudição E Um Profundo Conhecimento Da Legislação E Dos Casos De Fusões E Aquisições De Que Trata No Livro, Abordados Tanto Nos Seus Aspectos Sociais, Quando Políticos E Econômicos. Se Nos Países Centrais Que São Sede Das Multinacionais, Como Europa E Estados Unidos, O Controle Do Poder Econômico É Muito Mais Um Discurso Do Que Uma Prática, Cada Vez Mais Impotente Em Um Mundo De Fusões E Globalização, Nos Países Periféricos Como O Brasil, A Dificuldade É Ainda Maior Diante De Problemas Como Falta De Marco Jurídico, De Tradição E Instituições Democráticas, E Atenção Da Sociedade Civil Organizada Para O Tema. A Legislação Antitruste Foi Recriada Em 1994, Visando Uma Autonomia Do Cade, Mas Sem Debate Prévio, Com A Sociedade Afastada Da Discussão. As Posturas Autônomas De Membros Do Cade Foram Objeto De Fortes Pressões Do Governo E Do Poder Econômico, Que Lograram Reverter Aquelas Posturas Entre 1994 E 1998 Assim, A Autonomia Do Cade, Para O Autor, Foi Frustrada. Bello Estuda, Entre Outros Casos, A Aquisição Da Kolynos Pela Colgate, Da Pains Pela Gerdau E A Associação De Cervejarias Em Uma Crescente Megaempresa Do Setor. Demonstra As Limitações Do Cade Em Cumprir Sua Função De Resguardar A Competição Na Economia Brasileira E A Escalada De Poder De Determinadas Empresas Rumo Ao Controle Praticamente Total De Setores Da Economia. Amplo E Profundo Trabalho Sobre Assunto Ainda Pouco Explorado No País, Autonomia Frustrada Lança Luz Sobre O Difícil Embate Entre O Interesse Público E Grandes Interesses Econômicos.