A poesia visceral povoa este Autovivissecção; nele o corpo não é apenas tema: é território, ruptura e reconstrução. Esta obra que apresentamos no mês de orgulho LGBTQIA+, primeiro livro de Maximiliano Kunrath, é um lançamento que celebra a escrita e a existência trans. "O autor parece dilacerar os limites do corpo e os limites clássicos dos versos, em um concretismo causador da desconstrução corpórea e, também, poética. A dor é inescapável. É um exame das entranhas, para encontrar quem é nativo e quem é estrangeiro", diz o poeta Jonedsun no texto de apresentação. Maximiliano nos mostra que há poesia inscrita das paredes de nossos vasos sanguíneos com uma obra capilarizada a partir de experiências próprias e um doloso processo de cura. A escrita, por vezes visceral e gráfica, cumpre o papel de sutura entre corpo e mente, buscando a catarse por meio da sangria. Marca: Não Informado