“A única conclusão lógica é, portanto, o silêncio; o próprio eu é algo que não se pode nomear sem falsear: e o título do livro, O inominável, antecipa a sua conclusão e sela o seu significado. [...] Mas que partido deve tomar então o homem? Paradoxalmente, Beckett “continua”; mas as possibilidades de se fazer entender se tornam praticamente nulas; [...] o silêncio e uma ternura irônica. A única situação sustentável é, portanto, a ironia: ao invés de perseverar na falência, reconhecer o desdobramento do eu como condição necessária e brincar consigo mesmo, recusando sempre levar a si mesmo a sério.”