Em Proseios

Dôra Benevides é uma pessoa interessada. Tem um especial interesse e prazer em apreciar a vida acontecendo a dela e a das pessoas com quem convive ou de quem ouve falar , as relações se estabelecendo, o planeta seguindo seu curso e suas rotas se alterando. E é daí que extrai o seu escrever e comunicar, desta matéria-prima: vidas vividas, histórias nascendo, causos se colorindo na diversidade. E memórias. Muitas memórias. Assim surgem os seus proseios, como ela gosta de chamá-los. Os primeiros proseios foram publicados no seu blog Cinquentude, desativado há algum tempo, mas que significou a primeira coragem de expor (e se expor) ao público sua produção literária. Talvez por ser geminiana, talvez por ser de galo no horóscopo chinês, quase nada lhe escapa, e, pinçando (ou ciscando) fatos, assistindo, lendo e escutando aqui e acolá, lembrando, participando ou dando opinião, Dôra Benevides, ao longo do tempo, construiu esse conjunto de crônicas que agora nos oferece, mas ela nos traz também algumas invencionices, porque só a vida real não lhe basta, e nelas a liberdade se expressa mais robusta. Neste seu segundo livro, sigamos acompanhando a autora, que nos permite entrar em seu universo feminino pela porta da frente, mas também por janelas, combogós, frestas e chaminés. Por meio de suas Crônicas e Agudas. Fica o convite para chegar, se divertir, dar boas risadas, se emocionar, refletir, conhecer pessoas e até se identificar e se lembrar de seus próprios causos. Sinta-se ao lado de Dôra Benevides, com intimidade, numa boa roda de prosa. É só abrir o livro.