Este é um livro, que, embora inclua alguns códigos culturais por mim desconhecidos, se percebe claramente como o passado se tinge pela distância de tonalidades preciosas e enobrecedoras. Estou certo que Paulo Barata não se limita a dizer, desejar e recordar, mas avança também com o modo que a serenidade do ritmo suscita, mesmo que, em alguns poemas, as coisas mal sejam tocadas, deixando a impressão que as pretende casuais, interrompidas, mas, em outros, é gritante a sagacidade do poeta, que observa a evolução operada nas histórias que nos são contadas em trovas clássicas como se foram de um outro tempo, mas possuindo agora um outro olhar e uma outra consciência.