Nestes ensaios redigidos na década de 1980, Milton Santos reflete sobre as ferramentas teórico-metodológicas necessárias para interpretar criticamente o mundo através do espaço e sua dinâmica. O livro oferece proposições significativas para entender o papel ativo do espaço no movimento da totalidade social. O autor insiste na necessidade de elaborar uma periodização com base na compreensão do presente para analisar, a cada momento histórico, a combinação de variáveis que compõem determinado subespaço. Esse caminho lhe permite explicar a transformação do meio técnico em meio técnico-científico, atribuindo papel central ao trabalho intelectual e ao processo de circulação. A procura por entender a dialética espacial está presente também na definição do espaço como campo de força, incluindo o conflito entre o velho e o novo, entre as forças externas e internas, entre o Estado e o mercado.