Embora a produção da bomba atômica seja sempre lembrada como exemplo da ciência a serviço da destruição, há outro igualmente relevante: o desenvolvimento das teorias eugênicas e seu aproveitamento por movimentos raciais, culminando no Holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, a história da ciência deve pesquisar e procurar elucidar os fatos, para que movimentos como esses não se repitam. É na Alemanha nazista que as ideias eugênicas serão aplicadas em escala industrial – inicialmente, contra o próprio povo alemão e sendo expandida conforme o desenrolar da Guerra e a ocupação de territórios. A eficácia do seu programa eugênico, que era chamado de Higiene Racial, vai encantar adeptos até mesmo em terras brasileiras, como o doutor Renato Kehl, que fez diversas visitas para conhecer o “avanço” pseudocientífico da Eugenia alemã. No Brasil, muitos eugenistas brasileiros atribuíram à mestiçagem a causa da degeneração do nosso povo. Como vimos, muitos foram os estereótipos criados para retratar o mestiço brasileiro. Olhava-se para o branco europeu como a tábua da salvação do Brasil. Não são poucos os cientistas e escritores, grandes e pequenos, que se declararam desconfortáveis como o povo brasileiro — avaliado, em geral, por sua feiura, sua pouca inteligência e sua preguiça —, sobretudo quando na presença de estrangeiros. Ean: 9786525047225