De perspectiva transdisciplinar, o livro alinha sensibilidade e erudição, ousando tatear o espinhoso e, por isso mesmo, fascinante mundo das representações, imagens e imaginários, em perspectiva de longa duração [...] A arqueologia do processo de formação do imaginário paulista revela o poder de uma construção narrativa transmitida oralmente e por meio de imagens, institucionalizada em escolas, museus e livros didáticos, que deliberadamente ocultou saberes e fazeres de mãos invisibilizadas pela História e pela historiografia. A arqueologia realizada rememora o legado de velhos mestres da FAUUSP, nutridos pela tradição do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Salta aos olhos um universo caboclo, caipira e caiçara de rara beleza, transmitido com apreço por mestres como Carlos Lemos, Antônio Luiz Dias de Andrade o Janjão -, Júlio Roberto Katinsky, Rui Gama e Zibel Costa, que despertaram nos estudantes uma sensibilidade para topônimos, sotaques, culinária, modos de ser e habitar esta Paulistânia híbrida e complexa por excelência. Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno