Muito Mais Citado Do Que Realmente Conhecido, Erasmo Associa-Se Hoje Sobretudo Ao Conceito De Irenismo, Ou Seja, De Uma Forma Lata, A Atitude Que Professa O Repúdio Por Todo Tipo De Beligerência E Uma Ilimitada Confiança Na Eficácia Do Diálogo E Do Recurso À Arbitragem Para A Resolução Dos Conflitos Que Opõem Os Homens. Em 1500, Publica Em Paris Uma Pequena Seleção De Oitocentos Provérbios Comentados, Que Intitula Adagiorum Collectanea, Obra Com A Qual Lança As Bases Da Imensa Popularidade De Que Gozou Durante O Resto Da Sua Vida. Esta Obra Irá Ser, Ao Longo Dos Anos, Objeto De Sucessivas Edições, Sempre Aumentadas, Quer Pelo Número Dos Adágios Recolhidos, Quer Pelos Acrescentos Que O Autor Constantemente Fazia. Mais Importante Para Nós, Porém, É O Facto De Erasmo Ter Feito De Alguns Dos Provérbios O Pretexto Para Escrever Verdadeiros Ensaios Independentes Sobre Os Temas Que Lhe Eram Mais Caros. Neste Caso Se Encontra O Adágio 3001, O Dulce Bellum, Que É O Mais Estruturado E Conhecido Dos Muitos Textos Que Erasmo Consagrou À Temática Irênica. O Êxito Do Dulce Bellum Foi Imediato, Justificando Tiragens Separadas Logo A Partir De 1517 E Traduções Ainda Em Vida Do Autor. A Queixa Da Paz É Publicada Pela Primeira Vez, Em Basileia Em Dezembro De 1517. Foi Escrita Em 1516, A Pedido Do Grande Chanceler João Le Sauvage. Faziam-Se Então Grandes Aprestos Em Cambrai Para Uma Conferência Que Reuniria Os Maiores Príncipes Do Mundo. Como O Leitor Facilmente Se Dará Conta, Há Muitos Pontos De Contato E Semelhanças De Desenvolvimento Entre Os Dois Textos Antibelicistas Que Aqui Se Reúnem.