Segundo Tarso de Melo, autor do texto de orelha: “O poeta que escreve JOGO DAS HORAS escreve também (para abusar da assonância) contra o jugo das horas: (d)escreve em detalhes, quer fixar, quer deter a memória no papel, recompor em palavras o mundo e o tempo antes que se percam. Essa luta é revelada em versos de Júlio que valem como uma espécie de poética pessoal: ‘sem novo vocabulário/ mas descrevendo/ com minúcia/ o crescente descoramento’”. Ronald Polito, na contracapa, diz que “Sua caligrafia é sobretudo a da música, que se espalha por todos os lados e referências, o que permite observar suas tentativas de ritmo, melodia, harmonia, som, ruído e, principalmente, silêncio. A outra face dos descompassos é o silêncio ‘de amargar’, substancial entre estrofes, entre versos, conferindo consistência aos vazios, às lacunas nas experiências vividas.”