No Universo Poético De Diogo Cardoso Que Vem Se Destacando Como Tradutor E Estudioso De Poetas Surrealistas Uma Só Palavra É Capaz De Desfazer O Céu Em Dois As Páginas De A Língua Nômade Se Abrem Para Além Dos Limites Do Real E Das Imagens Com Que Tentamos Apreendê-Lo Normalmente Cada Palavra É Uma Convocação Para Irmos Mais Além Do Tempo Do Espaço Dos Sentidos Em Seus Versos São Desconcertantes Os Enlaces E Desenlaces Entre Vida E Imaginação Ou Morte E Criação Vigília E Sonho Consciente E Inconsciente Razão E Delírio E Essa Lista De Oposições Poderia Seguir Facilmente Porque A Poesia De Cardoso Sempre Tão Visual Musical Sensual Nunca Deixa De Ser Tensa E Inventar Caminhos Avessos Mesmo Quando O Leitor Se Depara Com Imagens Que Parecem Velhas Conhecidas O Sol É Real O Amor É Real A Fome É Real O Corpo Da Amada É Real Num Golpe Rápido Tudo Escapa E Não Se Deixa Domar Até Que Se Aceite Ir Mais Além Com O Poeta Até O Ponto Em Que Abandonamos Nossos Próprios Limites E Reconhecemos Que Há Uma Parte Da Vida A Mais Viva Que Só Pode Ser Captada Pela Imaginação Mais Desgarrada Essa Língua Nômade Que Os Versos De Cardoso Buscam E Consagram Língua Dos Atravessadores De Desertos Língua Das Falésias Mudas Pendidas Na Garganta Sopra Como Um Vento Rebelde Contra As Janelas Fechadas Do Nosso Mundo Marca: Não Informado