Será que os livros são realmente um desafio para poucos?
No início do século XX, o autor francês Émile Faguet já discutia essa questão e, sem arriscar opiniões precipitadas, afirmava que a leitura é essencialmente a arte do pensar que requer esmero e cuidado. Foco e propósito. Em nossos tempos internéticos, de cyberespaços, esse questionamento continua válido, e as considerações de Émile Faguet são, mais do que nunca, úteis.
Em A arte de ler, que tem tradução de Adriana Lisboa, o autor fala dos livros de ideias e dos de sentimento, discorre sobre elementos que auxiliam na apreciação das peças de teatro, trata da peculiaridade dos poetas, não se esquece nem mesmo dos maus escritores ou dos obscuros, aponta os inimigos da leitura para chegar finalmente ao prazer inequívoco que há em certas releituras.
Émile Faguet viveu num tempo de mudança e efervescência e faz de seu livro uma encantadora ferramenta de saber que, com facilidade extrema, desafia o rigor do tempo, para tratar simplesmente do gosto pela leitura.