Como no céu, a paciência amorosa conseguiu superar os problemas causados pela intimidade e pela rotina; já em Livro de visitas, o tempo passou por cima do casal e deixou um incontrolável rastro de destruição.
Por meio de sua poesia fluente, Carpinejar reflete sobre as duas faces de uma só moeda - o amor. É exatamente nesse conflito que a obra vai encontrar a sua força: os poemas de Como no céu (título que conclui a oração do Pai Nosso: “Assim na terra...”) completam e confrontam os de Livro de visitas.
No primeiro ainda há luz, esperança, humor e diálogo presentes na vida dos protagonistas. Porém, no segundo, tudo está coberto por sombras, rugas, sarcasmo e egoísmo. Carpinejar tece o que chama de “crônica lírica de costumes” ou “novela em versos dos hábitos e vícios da convivência”.