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Do fim da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 80, o mundo viveu sob a tensão permanente da Guerra Fria entre as duas superpotências nucleares, Estados Unidos e União Soviética, e os países integrantes de seus respectivos blocos geopolíticos de influência. Esse período de cisão marcou profundamente a Europa, onde a Cortina de Ferro mantinha cerca de uma dezena de países comunistas segregados ideológica, física e militarmente das nações capitalistas a seu redor.
O marco icônico dessa divisão, o Muro de Berlim, caiu há exatos 20 anos, dando início a uma série de revoluções pacíficas que varreram, um a um, os regimes totalitários no âmbito da Cortina, pondo a nu o declínio da União Soviética --num processo de esfacelamento cuja rapidez não pôde ser prevista por nenhum líder político, analista militar ou agente dos serviços de inteligência. Em "A Revolução de 1989", o autor Victor Sebestyen traça aquele que talvez seja o mais abrangente e detalhado painel de circunstâncias e personagens decisivos para a súbita derrocada comunista.
De João Paulo 2 ao líder sindical polonês Lech Walesa, de Ronald Reagan a George Bush, do ditador alemão oriental Erich Honecker ao déspota romeno Nicolau Ceausescu, do mártir suicida da Primavera de Praga Jan Palach ao escritor-presidente tcheco Vaclav Havel --sem contar a linhagem de dirigentes soviéticos que inclui Leonid Brezhnev, Yuri Andropov e, claro, o reformista Mikhail Gorbachev--, é vasta a galeria de personalidades resgatadas nas subtramas por trás da grande história do fim da Guerra Fria.
Com amplo domínio narrativo, o autor descreve e entrecruza as trajetórias desses diversos personagens ao mesmo tempo em que as contextualiza a fatos determinantes para o esgotamento do Império Soviético (a fracassada campanha na Guerra do Afeganistão e o desastre nuclear Chernobyl, por exemplo) e para a conquista da democracia nos países-satélites do regime (como o surgimento da organização sindical Solidariedade, na Polônia, ou o ambiente de permanente resistência cultural na Tchecoslováquia).
O autor Victor Sebestyen tem envolvimento pessoal com o tema. Nascido em Budapeste, teve de abandonar a Hungria junto com a família por conta da invasão soviética de 1956 --fato histórico em que se baseia seu livro de estreia, "Doze Dias". Na vida adulta, desenvolveu carreira jornalística na Inglaterra, tendo atuação destacada na cobertura da transformação do Leste Europeu a partir dos acontecimentos de 1989. 20 anos depois, com o distanciamento crítico que só o tempo pode oferecer, seu trabalho organiza fatos dispersos de uma diversidade de fontes para produzir um relato forte, vívido e emocionante sobre os eventos que esculpiram a face de um novo mundo a partir do fim do século passado.