Se Em Depois É Nunca Explicou Que O Luto Não É Uma Doença E Que Dura A Vida Inteira Carpinejar Consegue O Impossível Ir Ainda Mais Além Na Tentativa De Retratar O Sofrimento Da Saudade Agora Fala Diretamente Com O Enlutado Cada Capítulo É Uma Carta E Cada Carta Uma Lição De Empatia Ele Aborda Todas As Dores Do Mundo Descreve As Mais Graves E Pungentes Perdas Da Existência Dos Pais De Um Amigo De Um Irmão De Um Filho De Um Marido Ou De Uma Esposa Compara O Luto A Um Trabalho Incansável De Poda Da Memória De Faxina Existencial Em Que Toda Despedida Seria O Equivalente A Herdar Um Terreno Para Construir Uma Casa No Local Não Há Nada Lá Só Mato E Entulhos Ele Conclui Com Seu Olhar De Raio-X Poético O Escritor Enxerga A Invisibilidade Social De Quem Atravessa Esse Período Marcado Por Confusão E Privação Você Deve Estar Se Sentindo Invisível A Morte De Alguém Próximo Nos Torna Invisíveis Atravessamos Um Portal Para Uma Dimensão Alternativa Da Rotina Não Somos Vistos Não Somos Percebidos Como Antes É Como Se A Dor Fosse Um Manto Mágico Do Desaparecimento Social Você Tampouco Enxergava Os Enlutados Antes Da Sua Perda Eles Não Tinham Destaque Consistência Importância Densidade Lembravam Seres De Um Planeta Secundário Desencaixados Da Normalidade E Da Perfeição De Que Até Então Desfrutava E Nem Agia Por Mal O Desinteresse Vinha Da Falta De Um Ponto De Contato Com A Realidade Do Adeus Agora Parece Que Todo Luto Se Evidencia Ao Seu Lado Se Marca: Não Informado