Com o advento das plataformas digitais, muitos veículos de comunicação passaram a adotar o modelo do “copia e cola” de informações breves, muitas vezes superficiais, imprecisas e até falsas. Além disso, influenciadores digitais, que antes não eram considerados jornalistas, começaram a criar e disseminar opiniões noticiosas, muitas vezes com grande alcance. Nos últimos trinta anos, a influência da internet na prática do jornalismo cresceu a tal ponto que mudou as regras do jogo. A tradicional prática investigativa in loco, com checagem de fatos e argumentação crítica, o texto longo, elaborado e a cobertura fotográfica foram dando lugar a uma corrida para ver quem dá a notícia primeiro. Muitos veículos passaram a apelar para o “copia e cola” de informações breves, quase sempre rasas e nem sempre verdadeiras. E atores famosos da web, como os influencers, passaram a se arrogar o papel de jornalistas, criando e reproduzindo opiniões noticiosas. Isso resultou num jornalismo suspeito, em que os acessos e likes têm mais peso do que os fatos. Apar com essa correria, os grandes veículos de comunicação se envolveram cada vez mais com práticas comandadas pelo poder financeiro, como o lawfare e a defesa de posições de extrema direita. Nesse contexto, José Manoel analisa sua trajetória pela mídia, para responder à pergunta: ainda haverá saída para o jornalismo? A mesma questão é feita a jornalistas que não jogaram a toalha, através de entrevistas que revelam não só os recuos, mas também os avanços possíveis no contexto atual da vida através das telas. ****