As relíquias desta poetisa estavam guardadas na gaveta das memórias. Ela não pretendia tirá-las de lá, eram como um tesouro só dela. Ali guardou, por muitos anos, pedaços de sua alma: tristezas, alegrias, sonhos. Eventualmente, só abria e depositava ali mais uma lembrança. Por insistência dos filhos, em especial do marido, Vera resolveu abrir a sua gaveta de sonhos e deixar que eles voassem e viessem pousar nestas páginas. São momentos de uma adolescente que jamais deixou de sonhar e que se transformou numa sonhadora mulher.