Modelo teórico para avaliação de políticas de educação básica no Brasil

No início da década de 1980, a Bolívia sofreu com o desastroso fenômeno da hiperinflação, a ponto do preço de um artigo boliviano se multiplicar 30 vezes em apenas um ano. Em 1985, entretanto, o economista Jeffrey Sachs, coordenou a elaboração do Decreto Supremo 21.060, que continha ideias de difícil compreensão, como grandes elevações nos preços dos combustíveis. Em uma semana, a elevação de preços cessou. Apesar de ser professor da Universidade de Harvard, Sachs tinha apenas 28 anos. Todo o conhecimento que possuía era teórico. Essa foi uma conquista das Ciências Econômicas. Os temas atualmente estudados pela Economia são muito variados, mas poucos apresentam tal nível de maturidade. Mesmo assim, o próprio domínio destes pelos economistas pode variar muito. Mesmo com o conhecimento acerca da inflação disponível, no Brasil, até o ano de 1994, quando o Plano Real finalmente superou nossa inflação que se aproximava do nível boliviano, nossos economistas ainda defendiam ideias como tabelamento de preços, amargurando sucessivos fracassos. Com relação ao estudo sobre a eliminação da pobreza, não há tanto interesse pelo assunto nos centros de maior prestígio. No entanto, uma coisa já é aceita: no longo prazo, a qualidade da educação básica é um dos principais elementos. Este livro busca trazer o que a Economia conseguiu de mais valioso do ponto de vista teórico, unir análises quantitativas e qualitativas por meio de modelos matemáticos. Após uma revisão do que se tem produzido no tema, o livro apresenta inicialmente uma análise puramente quantitativa, avaliando as diferenças de desempenho das escolas públicas brasileiras utilizando o Índice de Theil-L, a partir de 83 aspectos diferentes. Em seguida, inicia-se o estudo do Programa Alfabetização na Idade Certa – PAIC, no estado do Ceará, cujos resultados são inicialmente testados e comprovados por meio do Método de Controle Sintético. Finalmente, o autor alcança uma compreensão profunda, privilegiado por sua posição de cinco anos como colaborador do PAIC, desenvolvendo um modelo teórico matemático que leva em conta aspectos até então pouco explorados, como o uso simultâneo de tratamentos diferentes a partir dos resultados diferentes dos alunos.