Há uma coisa no agora que inquieta Prévost. Uma espécie de encontro que se desvela somente em um aqui que impulsiona toda condição não apenas estética, como também política — cisão esta que nunca chega a realmente se firmar em Nenhum Som é Inocente. Se é verdade que a experiência é prima da jogabilidade — isto é, do constante rearranjo dos materiais que nos cercam, que formamos e que nos formam –, os campos da estética e da política nunca conseguem se apartar por com- pleto graças àquilo que dividem como objeto maior: relações que se reformulam em tempo real, agora, em contínuo movi- mento. O cofundador da AMM segue dedicando-se, tanto em termos práticos quanto teóricos, àquilo que aparenta ser o paradoxo que caracteriza a presença: algo que, como o tempo, manifesta-se na sua cessação — ou transformação. Possivel- mente, Prévost está correto ao insinuar que a improvisação musical constitui um terreno propício para demonstrar a inse- parabilidade do tempo com o agora.