Há na poesia de Alexandre Bonafim um forte acento subjetivo, um corpo que, ferido de mortal beleza pelo mundo exterior, seja a cidade, as flores, a pessoa amada ou o sol da tarde por entre a folhagem, luta com a carne das palavras para figurar, por meio da imagem e do ritmo, o que vale a pena ser imortalizado. As imagens delicadas ("selvagem delicadeza", diz o poeta) não poucas vezes configuram-se insólitas, quase surrealistas, tornando impossível tentar traduzi-las numa linguagem referencial, como as criadas para figurar o embate dialético entre palavra e silêncio. Marca: Não Informado