Muito já se disse sobre esse notável poema. Assinala Ivo Barroso que Rimbaud, que até então jamais vira o mar, serve-se de impressões extraídas de leituras para compor este hino à adolescência, este grito de terra à vista, saudando a descoberta de uma nova poesia. Pois, de fato, trata-se de uma nova poesia, imensa abertura para a modernidade poética que se afirmará de modo tão veemente nas três primeiras décadas do século XX, uma obra que, segundo Suzanne Bernard, possui um timbre único, ao mesmo tempo pelo valor do símbolo e pela beleza e novidade das imagens e ritmos. Tradução e apresentação de Afonso Henriques Neto.