Um homem encontra o lugar perfeito, onde pode respirar o perfume das flores, ouvir o rio à distância, apreciar a natureza em sua mais pura forma. Ele é o construtor de muros, de capacete, roupa de trabalho, carregando ferramentas. Mal começa a desfrutar esse lugar tão precioso e algo o perturba. Um cachorro! Qual é a saída? Sua especialidade, é claro: ele começa a construir muros para afastar qualquer coisa que ameace sua paz. O problema é que, depois do cachorro, vem um porco selvagem e, em seguida, um gato; logo mais, um pássaro e por aí vai. E assim, o construtor de muros faz o que sabe fazer e acaba por se isolar de tudo ao seu redor. O construtor de muros nos traz muitas outras reflexões sobre a construção de muros que, embora pareçam que vão nos proteger, não apenas isolam, mas segregam. Alguns muros podem ser derrubados, outros pedem desvios e outros tantos se estabelecem tão solidamente que parecem instransponíveis num primeiro contato, como se sempre estivessem estado ali. Inúmeras reflexões que dialogam com o tempo em que vivemos surgem da leitura, que, ainda assim, é extremamente leve e divertida.