O cortiço

O cortiço (1890), Obraprima de Aluísio Azevedo, é a principal referência da estética realista / naturalista na literatura brasileira. Narrado em terceira pessoa, o romance tem seu enredo montado não em função de uma personagem, mas em torno do conjunto humano, onde se percebe a luta dos mais pobres pela sobrevivência e sua exploração econômica. Com personagens estereotipados, cheios de vícios e patologias, que são comparados a animais e representados na narrativa como resultado das influências sociais, históricas e biológicas. A desonestidade, avareza, exclusão social, inveja, escravismo, violência, prostituição, discriminação sexual e adultério são trabalhados de maneira explícita. Ambientada nos subúrbios do Rio de Janeiro do século xIx, mostra a decadência física e moral de seus moradores. Neste clássico da literatura brasileira, Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (18571913), denuncia o preconceito racial da elite maranhense da época, com forte influência dos escritores Eça de Queiroz e Émile Zola. Aluísio Azevedo foi um crítico severo da sociedade urbana e das instituições brasileiras das últimas décadas do século xIx. Aluísio também publicou folhetins românticos, contos, crônicas e poemas em jornais e revistas de São Luís e do Rio de Janeiro cidades onde viveu até ingressar na diplomacia, em 1895, quando deixou o Brasil e a carreira literária.
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