Em conexão com a astúcia do leitor contemporâneo, “O muro no fim do mundo” arquiteta-se por meio de uma narrativa muito bem elaborada, capaz de conduzir-nos a vias surpreendentes, em face da dimensão simbólica das imagens, que nos espreitam pelo verbal. FERNANDOAPIRES constrói uma obra cuja linguagem constrói passagens que impressionam pela densidade de significado. O espaço físico do muro, muito longe da obviedade, tangencia limiares: questões emocionais, existenciais e sociais põem-se no horizonte. O texto permanece ecoando na mente do leitor, mesmo depois da última palavra. Impressiona-nos a forma lúdica encontrada pelo autor para abordar temas complexos, por meio de uma linguagem que propicia à criança, ao jovem (e o adulto) pensar o mundo. Tem-se, por certo, uma construção lúdica, lúcida, sensível e deveras poética. MARIA ZILDA DA CUNHA/USP Marca: Não Informado