Este livro trata dos renovados perigos presentes na luta contra o horror manicomial. Nascida no final da década de 1970 com o compromisso de romper as fronteiras impostas por uma política de encarceramento da loucura, a Reforma Psiquiátrica brasileira organiza um pensamento e um confronto: diz “não ao manicômio”, buscando redefinir fronteiras e propondo outras percepções, ações e discursos relativos à experiência humana do enlouquecimento. Tal rearranjo de forças não se dá sem que também se estruturem forças contrárias. Lógicas manicomiais são redesenhadas, agora mais sutis e com divisas menos perceptíveis do que os muros asilares: esses são os perigos que este livro visa identificar e contra os quais propõe que sigamos lutando.