Neste livro pretendemos apresentar uma síntese da evolução do pensamento relativo à gestão do meio ambiente, sobretudo em seus aspectos econômicos e impactos geopolíticos. O mundo caminha para uma etapa decisiva para o futuro da civilização humana. Já não existe mais capacidade de o planeta Terra suportar os atuais níveis de consumo da humanidade, bem como o volume de descargas tóxicas ao meio ambiente, sem perder as suas condições normais de equilíbrio. Ou seja, se entendemos a Terra como um organismo vivo, Gaia, como dizem certas correntes de pensamento, os excessivos níveis de consumo e de despejo de rejeitos líquidos, sólidos e gasosos, pode afetar a homeostase do planeta e alterar radicalmente as suas condições de equilíbrio, o que, por consequência, afetará o modo como os seres humanos sobrevivem e se relacionam. Uma vez que as relações de consumo de bens e serviços, bem como as matérias-primas requeridas para a sua produção, são objeto de estudo da ciência econômica, optamos por apresentar a visão da economia com relação ao tema do meio ambiente. Ou seja, a forma como o meio ambiente foi compreendido não apenas como um fornecedor de meios para a produção, mas também como um sistema de absorção dos rejeitos humanos. E, principalmente, como isso influencia o bem-estar humano. Inicialmente apresentamos as distintas visões econômicas sobre o meio ambiente e os recursos naturais. Embora atualmente a importância do meio ambiente já esteja pacificada para qualquer planejador econômico ou analista de mercado, em um passado recente, não era assim trivial considerar a natureza como um ativo econômico fundamental. Para que possamos continuar a viver no modo em que estamos acostumados, é preciso compreender a íntima relação entre a economia e a gestão dos recursos ambientais. Para que se tenha uma ideia, considerando a atual população do planeta, não existem recursos suficientes para que todos tenham o mesmo nível de consumo de um cidadão dos EUA, por exemplo. Existem im