Crítico ácido e de estilo afiado, em Os bons ressentimentos, Elgas não poupa nem o conforto das academias ocidentais, nem a retórica de parte das elites africanas. Desmonta o espetáculo midiático do decolonialismo quando este se converte em rótulo, e repensa o legado de figuras como Cheikh Anta Diop, Frantz Fanon, Senghor e Yambo Ouologuem. É nesse embate, sempre polêmico e provocador, que sua escrita ganha densidade: não há concessões, apenas a busca obstinada por um espaço de pensamento que permaneça incolonizável. Contrariando todas as teses comumente estabelecidas, o livro percorre mais de meio século de história das ideias e de textos fundadores da África, apontando as excomunhões, denunciando o sequestro de todo o debate plural e o desvio do processo de descolonização. Marca: Não Informado