José Ramos trasborda em palavras que são aspas, outra coisa querendo ser dita, outro homem as dita, de quem são? Entre o silêncio e o livro diante da lua. De versos e sabores de fruta, manga, tangerina, romã, morango, bananeiras são feitos seus amores... Sobre grama e relva úmida, entre camas que são como pomares ou calçadas da Urca, Gávea e Leblon, escorrem riachos de gozo, traços desenhados pela água que escorre da boca e do sexo e pelos passos deste flâneur na geografia urbana dos afetos. Entre lençóis, o poema se espalha e nos cala o encanto da descoberta de que um homem comum, em comum com todos os outros, sabe amar e dizer delírios, despudoradamente apaixonado pela vida. Apresentação de Halina Grynberg.