Recordamos Que Em A Ciência E A Verdade Lacan (1998, P. 873) Estabelece O Seguinte Axioma: Dizer Que O Sujeito Sobre Quem Operamos Em Psicanálise Só Pode Ser O Sujeito Da Ciência Talvez Passe Por Um Paradoxo. A Posição Do Psicanalista Não Lhe Deixa Escapatória: Por Nossa Posição De Sujeito Somos Sempre Responsáveis (Id., Ibid.). Lacan Prossegue Declarando Que Não Há Ciência Do Homem Porque O Homem De Ciência Não Existe, Mas Apenas Seu Sujeito (Id., Ibid.). Desde O Estruturalismo, Aprendemos A Reconhecer Que O Sujeito Da Ciência Se Constitui Em Exclusão Interna Ao Objeto Das Ciências Do Homem. O Homem Da Ciência Não Existe. O Cogito Cartesiano Permite Concluir Que, Se Penso, Logo Existo. Por Essa Razão, Somente O Sujeito Da Ciência Existe. Dizemos Que A Psicanálise Reintroduz Na Consideração Científica O Significante Arbitrário Do Nome-Do-Pai - O Que Equivale A Afirmar Que De Nossa Posição De Sujeitos Somos Sempre Responsáveis. Lacan Chegou A Considerar A Lógica Como A Ciência Do Real, Assim Como A Linguística Seria A Ciência Da Linguagem. O Discurso Científico Sobre A Língua Parte Da Redução Do Material Para Evidenciar Suas Consequências, Isto É, Sua Lógica, Que Se Inaugura Quando A Sintaxe Da Língua Natural É Substituída Pela Fórmula. É Preciso Uma Certa Redução, Às Vezes Demorada Para Se Efetuar, Mas Sempre Decisiva No Nascimento De Uma Ciência: Redução Que Constitui Propriamente Seu Objeto (Lacan, 1998, P. 855). A Condição De Possibilidade Do Surgimento Da Consistência Lógica É A Existência De Um Ponto Indecidível, Um Real Fora Do Sentido, Sobre O Qual É Impossível Dizer Se É Verdadeiro Ou Falso. Tanto A Ciência Quanto A Psicanálise São Definidos Por Lacan Como Discursos, Pois Pressupõem O Primado Lógico Desse Real Impossível. Um Discurso É Um Artifício Da Razão, Uma Criação A Partir Desse Ponto - Vazio De Sentido - No Universo Infinito Da Ciência. Um Discurso Não Se Define Pela Veracidade Ou Falsidade Do Ponto De Partida E Sim Pelas Suas Consequências. Leia Mais