O Mote Que Atravessa Esta Obra Inspira-Se Na Expressão Sabedoria Do Amor, Cunhada Pelo Filósofo Emmanuel Lévinas. Pretende-Se Aqui Dar Passos Concretos Em Vista De Conduzir O Leitor Aos Meandros Da Escritura De Lévinas Tendo-Se Presente A Diversidade Do Conjunto De Sua Publicação Ao Longo Do Arco De Sua Vida, Na Qual A Temática Do Corpo E Da Carne Se Inscreve De Matizadas Formas. O Percurso Exegético-Hermenêutico Da Obra Levinasiana Se Dará Em Três Etapas: A Primeira Parte Da Investigação Se Ocupa De Pontuar A Maneira Como Lévinas Bebeu Da Fenomenologia Histórica Contemporânea De Husserl E Heidegger E Como Ele Se Distancia Dela Graças À Apropriação De Outro Imaginário Filosófico Proveniente Da Tradição Hebraico-Talmúdica; A Segunda Parte Visa Acentuar A Assimilação Das Categorias De Criação, Revelação E Redenção Advindas Da Influência Do Judaísmo De Franz Rosenzweig Para Associá-Las À Relação Ética Com O Outro; A Terceira Parte Da Investigação Recairá Sobre O Sentido Do Corpo-Redenção, Uma Vez Que A Obra Autrement Qu Être Será Especialmente Explorada À Medida Que A Investigação Avança. Por Último, A Obra Ocupa-Se Da Passagem Do Corpo-Ético Ao Corpo-Político. Na Sequência Dessa Problemática Se Enquadra O Último Passo Da Obra A Partir Da Qual A Sabedoria Da Carne Será Posta Em Confronto Com O Pensamento Encarnado De Outros Dois Expoentes Da Filosofia Da Tradição Francesa: Merleau-Ponty E Michel Henry. Como Se Trata De Um Olhar Prospectivo Se Procurará Evidenciar Apenas Alguns Traços Da Fecundidade Dessa Intriga Entre Diversas Posturas Filosóficas. Afinal, Se É Verdade, Como Assevera Lévinas, Que A Filosofia É Um Drama De Muitos Personagens , A Sabedoria Da Carne Deverá Contar Com A Trama E A Exposição De Diversos Corpos Que Se Dizem No Discurso Filosófico Cientes De Serem Antecedidos Pelo Dizer De Um Rosto.