A história de um município, ou estado, é construída de esquecimentos, por vezes voluntários. Aqueles que lhes sonegaram os costumes, o patrimônio comum ou os seus sonhos geralmente ficam esquecidos pelos historiadores. Nesse sentido, o livro tenta reconstruir a trajetória do vilarejo que se emancipou de Arroio Grande Santa Isabel nas décadas finais do século XIX, proporcionando um encontro depois de 140 anos do ato de criação da Vila. As pesquisas apresentadas assentam a legitimidade do espaço em construção, desde os primeiros navegadores do São Gonçalo, os combates dos farrapos, às charqueadas e à escravidão negra forçadas no cotidiano desde os tempos da Freguesia. As fontes documentais vão sempre balizar a comunhão das falas e princípios da escrita, no entanto o historiador vai mediar as inconsistências do mundo real e as fragmentações das utopias e resistências quando da supressão do município. Santa Isabel dos Canudos: No eco do passado, a memória pede socorro reconstitui uma parte do seu passado esquecido, as memórias vivas, orgulhosas, ou nos seus desencantos, o patrimônio arquitetônico fragilizado, mas é a testemunha de sua grandeza.