A serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, chega à sua 50ª edição celebrando 15 anos de circulação e reunindo um elenco de autores de destaque no Brasil e no exterior: Judith Butler, Anne Carson, Andrea Long Chu, Ailton Krenak, Luiz Antonio Simas, Amara Moira, entre outros. A capa deste número é assinada por Veridiana Scarpelli, ilustradora responsável pelos tradicionais anúncios da serrote. Uma seleção especial dessas peças abre a revista, colocando o símbolo da publicação em cenários surpreendentes — de erupções vulcânicas a formações de cogumelos. Entre os textos, Judith Butler, uma das vozes mais influentes no debate sobre gênero e política, reflete sobre o futuro das humanidades e a importância de imaginar coletivamente novos horizontes. Ailton Krenak, escritor e líder indígena, propõe em “Pisar suavemente na Terra” um olhar atento e respeitoso à relação entre humanidade e natureza. Andrea Long Chu, vencedora do Pulitzer de crítica, apresenta um ensaio autobiográfico sobre identidade e desejo que se tornou um dos mais lidos da história da revista n+1. Já Anne Carson, poeta e dramaturga canadense, conduz o leitor por uma conferência “escrita pelo céu”, em um texto que mescla poesia, filosofia e cosmologia. Luiz Antonio Simas revisita a obra de João do Rio à luz das culturas de diáspora, em um ensaio que nasceu como fala de abertura da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A edição também traz reflexões do antropólogo Fábio Zuker sobre autoritarismo e destruição ambiental, ensaios inéditos em português de Alex Ross — sobre música e ruído — e de Hugh Kenner — sobre Samuel Beckett —, além de “Primórdios de uma linguagem das bichas”, de Amara Moira, que investiga registros históricos da linguagem LGBTQIA+ no Brasil. Na parte visual, há um ensaio do artista carioca Osvaldo Carvalho, que reinterpreta sua obra Público alvo (2020) em sequência de páginas, e trabalhos de Carmela Gross, Fernanda Gomes, Iran do Espírito Santo, Sheroanawe Hakihiiwe, Vaginal Davis, Cecilia Costa e do coletivo Dada Fidget Toy Orchestra. Mais que uma edição, a serrote #50 é um panorama vibrante do pensamento contemporâneo, reunindo textos e imagens que dialogam com as urgências e sensibilidades do nosso tempo.
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