Mais de 25 anos depois da Marmota Platônica que reunia os textos de suas primeira publicações mimeografadas, Charles Peixoto apresenta esta Sessentopéia de múltiplas faces - todas elas revelando um dos poetas mais inventivos e criativos de nossa língua. É com o mesmo talento e a mesma verve já presentes em 1971 em sua estreia com os 100 exemplares de Travessa Bertalha 11 - que ajudou a batizar e a forjar a chamada "Geração mimeógrafo" -, que Charles marca presença novamente em 2011. Entre suas linhas habilmente aliteradas por sinuosas figuras de linguagem, e diante da explosão de sons e ruídos surgidos desde que uma nuvem cigana passou por aqui, podemos ouvir a voz viva do poeta: no verso da margem, oráculo de seu tempo.