Todo o Meu Nada – A Essência Poética da Existência Um mergulho na subjetividade O livro Todo o Meu Nada, de Leide Fuzeto Gameiro, publicado pela Kotter Editorial, é uma obra que transborda existencialismo e melancolia. A poesia da autora percorre os labirintos da subjetividade, explorando a dor, a memória, o amor e a perda. Com uma escrita visceral e introspectiva, cada verso ressoa como um eco da angústia e da beleza da existência. O lirismo da solidão e da identidade fragmentada A obra apresenta uma construção poética densa, evocando sensações de deslocamento e desalento. As palavras, muitas vezes dispostas de forma fragmentada, refletem a experiência da identidade em constante transmutação. Como Fernando Pessoa, citado na epígrafe do livro, a poeta se vê como um “poço sem muros”, onde a experiência do nada se torna um espelho do tudo. Temáticas abordadas em Todo o Meu Nada A poética de Leide Fuzeto Gameiro toca em questões universais e atemporais, como: A solidão e a falta de pertencimento – O eu-lírico frequentemente se vê como uma entidade isolada, perdida no fluxo do tempo e da vida. A relação com a infância e a memória – Muitos poemas revisitam traumas e lembranças, costurando passado e presente em versos que oscilam entre ternura e dor. O feminino e a existência corpórea – A materialidade do corpo, o cansaço e a opressão cotidiana se fazem presentes em diversas composições, trazendo uma perspectiva feminista e sensível. A morte e o esquecimento – A morte não é apenas um evento, mas um processo contínuo que habita o eu-lírico e atravessa sua percepção do mundo. Estilo e linguagem: entre a prosa e a poesia O livro rompe com as estruturas tradicionais da poesia, brincando com o espaço da página, o ritmo da leitura e o silêncio entre as palavras. A sintaxe fluída e, por vezes, cortante, reforça a intensidade emocional da obra, criando um efeito de proximidade com o leitor. Para quem é indicado? Todo o Meu Nada é uma leitura indispensável para quem aprecia poesia contemporânea e visceral. Leitores que se identificam com a escrita de Hilda Hilst, Ana Cristina Cesar e Adélia Prado encontrarão nessa obra um convite à introspecção e ao questionamento da própria existência.