A noção de transcriação foi proposta pelo poeta, semioticista, tradutor e professor Haroldo de Campos, a partir dos anos 1990, em diversos livros e artigos desua autoria. Desde então, tem sido estudada como um operador poético fundamental para analisar as experiências imaginativas do Japão no Ocidente e,especialmente, no Brasil. Os ensaios e depoimentos, incluídos nesta coletânea, nos convidam a um deslocamento, não apenas geográfico, mas nos modos depensamento.Sugerem também trajetórias inusuais, desmanchando idealizações e fantasias acerca das alteridades, para ativar uma outra maneira de imaginara arte, a política, o corpo e o desejo. Há exemplos da literatura, da performance, das narrativas feministas, do teatro e das mídias, tendo em vista analisar a potênciadas transcriações e suas redes fabulatórias. O livro é um convite para escapar das dicotomias estanques entre Oriente e Ocidente.