O Tratado Do Amor De Deus É A Obra-Prima De São Francisco De Sales. Quando Em 1608 Apareceu A Introdução À Vida Devota, Um Murmúrio De Admiração Elevou-Se No Mundo Cristão. Henrique Iv, Que Não Era Estranho À Ideia Desse Livro, Confessou Que Ele Lhe Excedera A Expectativa. O Núncio Da Santa Sé Em Colônia, Que Devia Vir Depois A Chamar-Se O Papa Alexandre Vii, Dizia Tê-Lo Lido Uma Infinidade De Vezes, Sempre Com Igual Satisfação. O Rei Da Inglaterra Jaime I, Posto Que Protestante, Tomou Conhecimento Dele E Desejou Ver O Autor. Enfim, O Geral Dos Cartuxos Aconselhou O Santo Bispo A Não Mais Escrever, Persuadido De Que A Sua Pena Não Poderia Produzir Nada Comparável A Essa Obra. Enganava-Se: Francisco De Sales Sobrepujou-Se Dando Ao Público, No Ano De 1616, O Tratado Do Amor De Deus. Enquanto A Primeira Obra Mostrara Como A Prática Da Devoção É Conciliável Com O Comércio Da Vida Exterior, A Segunda Eleva-Se Às Considerações Mais Sublimes E Mais Tocantes. É Uma Teoria Completa Das Relações Íntimas Da Alma Com Deus, Uma Verdadeira Teologia Afetiva, Capaz De Ser Igualmente Proposta Às Pessoas Que Vivem No Mundo E Às Que Estão Encerradas No Claustro.