“Quando nos conhecemos, eu era uma criança, e ela estava morta há séculos.” Após encontrar o corpo de seu marido assassinado, uma nobre irlandesa do século XVIII bebe punhados do sangue dele e compõe um lamento extraordinário. O poema de Eibhlín Dubh Ní Chonaill atravessa os séculos e chega até uma nova mãe que escapou por pouco de sua própria tragédia. Quando percebe que a literatura dedicada ao poema reduz a vida de Eibhlín Dubh a meros esboços superficiais, ela anseia por mais: quer saber os detalhes da infância e da velhice da poeta; suas fúrias, alegrias, tristezas e desejos únicos; a rotina dos seus dias e o local de seu repouso final. O que se segue é uma jornada na qual Doireann Ní Ghríofa se propõe a descobrir a vida apagada de Eibhlín Dubh e, nesse processo, redescobre a sua própria. “Passado versus presente, sangue versus leite, nascimento versus morte, o idioma irlandês versus o inglês: as dicotomias são abundantes, mas as questões das experiências vividas pelas mulheres e de quem a História lembra ligam todas elas.”? PARIS REVIEW