O Escritor Húngaro Sándor Márai Chegou Ao Final De Os Sertões, De Euclides Da Cunha, Entre Exausto E Extasiado. Fascinado Pela História Do Combate Entre As Forças Republicanas E O Arraial De Antônio Conselheiro, No Sertão Da Bahia, Decidiu Escrever O Que Ele Acreditava Ter Ficado De Fora Do Livro. Como Ele Mesmo Declarou, Depois De Ter Finalizado Sua Leitura, Era Como Se Tivesse Estado No Brasil. Veredicto Em Canudos É Fruto Desse Ímpeto Criativo Que Atingiu Márai. Escrito No Final Dos Anos 60 A Partir Da Leitura Da Tradução Inglesa De Os Sertões, O Livro Foi Publicado Em Húngaro No Canadá, Em 1970. O Romance Conta A História De Um Ex-Cabo Do Exército Brasileiro Que Relembra, Meio Século Depois, O Dia Em Que As Forças Do Governo Arrasaram O Arraial Do Conselheiro. As Questões Que Márai Levanta São De Uma Atualidade Surpreendente, Como A Dificuldade Em Discernir De Que Lado Estão A Civilização E A Barbárie Quando Um Combate Apaga As Fronteiras Entre O Bem E O Mal, Massacrando O Lado Mais Fraco. Como Observa O Romancista Milton Hatoum, Que Assina A Orelha Do Livro, Esse Veredicto É Ao Mesmo Tempo Um Alento E Um Desafio, Pois O Impossível É A Única Coisa Em Que Vale A Pena Acreditar.