Importante documento sobre os tempos da ditadura militar brasileira, Volto semana que vem, de Maria Regina Pilla, é também um inventário de memórias. De forma fragmentada, conhecemos, aos poucos, a infância da narradora-personagem em Porto Alegre, os tempos de escola e de faculdade, a entrada na militância política contra o regime ditatorial e a série de violências que se seguiram, consequências de sua opção por não querer viver à margem dos acontecimentos. No texto de apresentação do livro, o Professor Luís Augusto Fischer diz o seguinte: “Toda memória é uma forma de confrontar a morte. A morte que vem pela frente, inevitável, mas também a morte que vem do passado, já consumada.” Num país marcado pelo esquecimento, a obra de Maria Regina Pilla é imprescindível para nos mantermos alertas na defesa da Democracia e dos Direitos Humanos.