É inegável que, embora se tenha uma constituição há mais de três décadas, o mais formalmente humana e solidária possível, os direitos fundamentais nela consagrados ainda ocupam um espaço que melhor pode ser descrito como utópico. Por vezes, parecem que correspondem a meros institutos jurídicos que, nós da academia, nos ocupamos, sem que possam transcender a restrita condição de promessas vazias. É evidente que as vítimas prioritárias desse contexto muito bem apontadas no conjunto desse trabalho convivem com um processo de (so)negação de seus mais elementares direitos embora, na maioria das vezes, sequer percebam isso uma vez que se adaptaram e aceitam a condição de deserdados de expectativas, como se a vida fosse apenas um amontoado de dias à espera da finitude, enquanto asseguram a mera sobrevivência. Marciano Buffon Ean: 9786581399375